domingo, 30 de outubro de 2011

Lucas Silveira

Guerra e Escavações Torácicas

Cada pessoa lida com os acontecimentos do seu jeito. Isso me fascina. Isso me assusta, também. Tem gente que é de guerra, gente de paz, e ainda há aqueles que preferem manter-se alheios a tudo que se passa ao seu redor.
Certo dia olhei para os meus pés e vi que não mais havia âncoras presas aos meus tornozelos. Noutro dia estava em outro mar, depois em outro, em outro… me acostumei a apenas assistir de longe a segurança da terra firme. Ela já não me atrai mais. Seria essa, a vida que eu sempre procurei? Aí é que reside o cerne da questão. A vida que eu sempre procurei é, justamente, viver procurando. É eternamente cavar fundo até encontrar, em peito alheio, um coração parecido com meu.

Tenho desistido da ideia de eterna felicidade. Desisti. Os momentos que a gente chama de bons momentos só são chamados assim porque existem também aqueles que queremos esquecer. Bons momentos são bombas de endorfina que amolecem os espinhos que nos insistem em perfurar as partes onde nossa pele é mais fina. E essas partes são muitas, principalmente quando estamos despidos de armadura (sempre?). Tendo isso em mente, faço o que está ao meu alcance para que esses momentos sejam numerosos, visto que eles jamais são duradouros. Endorfina vicia.
Tenho assistido a guerras, e não são as da tevê. Em mares que tangem os meus, existem explosões tentando atrair meus olhos. Explosões que pulverizam no ar todo tipo de sentimentos nocivos, perigosos. Quando tudo na nossa vida está em seu devido lugar, não nos passa pela cabeça a ideia de propalar aos quatro ventos essa falsa felicidade. Muito menos, os espinhos, que são de verdade. Forjada com lágrimas contidas, a felicidade anunciada se derrete com a chegada do primeiro sinal do amanhecer. Eu já fui para longe, e te deixo ir, contanto que não olhes mais para trás. Não com essa cara, e não com essas palavras escritas na testa.
Como é que tu pretendes lidar com isso? Conheço mil formas de se proceder; mais da metade delas parecem mais sensatas, ao meu ver. Nessa constante mudança de mares, tenho fugido para cada vez mais longe da fumaça dessas explosões. Hoje, distante a ponto de te ver como um minúsculo ponto próximo à curva do horizonte, encontro-me às portas de uma nova vida, aquela vida que eu sempre procurei: viver procurando. A memória recente de uma longilínea silhueta ornada pelos iluminados prédios da metrópole, mesmo sendo fruto de um mero retrato imaginário e possivelmente efêmero, tem me guiado para longe da tua guerra. E para cada vez mais longe da terra firme. Aqui a água é fria, e a hipotermia me força a dar braçadas cada vez mais convictas, em sentido oposto ao dos teus passos.

As baixas que a nossa guerra fria estampa nos jornais são justamente os sentimentos bons, os sorrisos verdadeiros e as memórias que valiam a pena serem guardadas.
Mortos um a um, restam apenas os feridos: eu e tu.

Fonte: sinta-o-amor.blogspot.com
www.sinta-o-amor.blogspot.com

Lucas Silveira

A Encomenda


Todos os nossos pensamentos e atitudes são como uma encomenda anônima que a gente faz pro destino. Inconscientemente, queremos que nossas ações desencadeiem uma série de acontecimentos cujo roteiro já foi definido na nossa cabeça. Antes dos 10 anos a gente aprende: não é assim.
A gente costuma achar que o mundo inteiro pensa da mesma forma que a gente. A gente costuma achar que somos amados pelos mesmos motivos pelos quais amamos. Mas se as rosas que eu jogo ao vento te ferem como flechas, de quem é a culpa? Minha que não é.
Por essas e outras é que as pessoas vivem doentes, na incessante busca pelos 100% de satisfação. A gente apelida essa utopia de ‘amor perfeito’, de ‘amor de verdade’ e de inúmeras coisas, como se o amor – puro e simples – não fosse o bastante. E o amor – simples, sem adereços – já é tão complexo, tão raro, que muitos que conheço já se aproximam dos 30 sem saber o que é.
A gente ama e, inconscientemente, encomenda um amor igual. O que nos bate a porta não é menor, não é pior, é diferente. É o amor que um outro alguém construiu, esperando receber em troca um espelho do que sentia.

Fonte: Sinta o Amor
www.sinta-o-amor.blogspot.com
Dizia-te sem coração, sem sentimento. Vagava na história de um qualquer, havia rumores de que aquele garoto era feito de pedra. Citua-se numa rua qualquer, num lugar distante ...
Chamava-se Mundo Qualquer. " As pessoas trocam pessoas por pessoas. " , pensava o Menino.
Garoto medroso, julgavasse sozinho, medo que se alastra pelo sangue que pulsava de teu coração. Ele sentia, mas mal sabia aqueles que o rodeavam.
Garoto feito de pedra, que sentia mais do que deveria.

S.K
" Trata-te de ser feliz meu bem. " Assim repetia-se, vaga-te perambulando a lua de tua lucidez. Escrevia nas paredes imaginárias histórias de outras vidas.
" Trata-te de ser feliz meu bem. " Repetia-se na tentativa do outro escutar. Desenhando formas de uma história qualquer ...

S.K

Memórias de um perfeito estado vivo

Hoje se vive um episódio lento, daqueles de baixo orçamento. Lamentando-se por erros, palavras mal ditas, só o efemêro cheio de coisas mal entendidas ... Se pergunta se acharás? Ainda se sente perdido em tais memórias de um estado complicado, não complicado mais um mal entendido que criou a bagunça por si só. Eu fiz isto tudo a troco de nada, jogando-me ao extremo. Bobagens feitas, não ... São loucuras, tais ditas, tais feitas, mais são minhas.
Achando-me perdida nas tuas palavras, ainda me encontrei no que tu achas verdadeiro. Não, não digas nada, apenas escute meu pobre coração. Não sinta-se triste, a razão e pobre e tola ao teu ver. A razão, seje ela viva em seu mundo de coisas certas, e de um mundo pobre cheio de erros. Você esteve forte, mais se vê tentando viver a vida, mais não a vive, vive em estado de inércia, completada por seus lamentos inteiros feitos de pedaços. Inteiros a quais pertenços, pergunta-te coração.

Daquele moço triste, daquele palhaço que traga risos mais que guarda tristeza profunda em sua obra de alegria. Não oh pobre palhaço, traga sorrisos de alegrias a corações nunca tocados, crianças feitas de um doce pedaço do céu puro, corações nobres daqueles que irão se encantar em algum mundo de fantasia.
Mais digas coração, grite, sai deste poço. Você já foi feito de algo nobre, coração pequeno, tentando achar alegrias, hoje se vê em um mundo de loucura, pura fantasia.

Memórias, apenas histórias lhe restarão.
Memórias de um perfeito estado vivo.

Seje livre entre sonhos, memórias lhe restarão, seje livre em seu estado de loucura, memórias lhe restarão, sorria junto ao palhaço que alegra corações nobres, memórias lhe restarão, seje o doce e pobre coração, memórias lhe restarão, seje apenas seje.

Apenas histórias lhe restarão.

S.K

sábado, 29 de outubro de 2011

Down Em Mim - Cazuza

Eu não sei o que o meu corpo abriga 
Nestas noites quentes de verão 
E nem me importa que mil raios partam
 Qualquer sentido vago de razão 
Eu ando tão down 
Eu ando tão down

Outra vez vou te cantar, vou te gritar
 Te rebocar do bar 
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo 
À versão nova de uma velha história 
E quando o sol vier socar minha cara 
Com certeza você já foi embora 
Eu ando tão down 
Eu ando tão down 
 
Outra vez vou te esquecer 
Pois nestas horas pega mal sofrer 
Da privada eu vou dar com a minha cara 
De babaca pintada no espelho 
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro 
É a igreja de todos os bêbados 
Eu ando tão down 
Eu ando tão down 
Eu ando tão down 
Down... down

Recado para o coração.

Aprenda pequeno coração você é grande perto daquilo que mais ama. Mas se torna tão pequeno fora de seu mundo, aprenda meu pequenino, não se deixe chorar ... Você tão triste está! Deixe isto esvaziar, não seje tolo!
Venha atire-se do abismo, não seja medroso. Você é tão ingênuo, o conheço tão bem.
Pequenino coração você tenta distorcer sua própria história e vive tentando viver.
Venha pequenino seje livre, atire-se. Você ficará bem. Meu pequenino.

S.K